O natal que parou uma guerra!
A trégua de natal de 1914 – Início da primeira guerra mundial! Existia uma forte expectativa que as batalhas que explodiram na Europa naquele ano fossem acabar rapidamente, antes mesmo do natal. Apesar disso, o que pareciam mais alguns conflitos semelhantes aos que ocorreram no século XIX, se transformou na primeira grande guerra.
Características das batalhas
A principal característica desse conflito eram as trincheiras. Exércitos de ambos lados marcavam suas posições em distâncias muito próxima entre si, cerca de 100m em média. O espaço entre os dois lados era conhecido como “terra de ninguém”.
Dada essa característica, ocorriam provocações entre os dois lados, visto que os soldados inimigos podiam manter contato visual e até mesmo ouvir uns aos outros. Apesar disso, no início da guerra existia uma ética militar e até mesmo uma certa cordialidade entre os inimigos. Por exemplo, negociavam-se tréguas para permitir o recolhimento dos corpos para realização dos funerais.
A trégua de natal de 1914
Ainda tomados pela expectativa de uma guerra rápida, no dia 24 de dezembro de 1914, soldados alemães, franceses e ingleses decoraram suas trincheiras com velas e árvores de natal no front de batalha em Ypres na Bélgica, cidade próxima da fronteira com a França e do Estreito de Dover (ligação entre França e Inglaterra).
O clima natalino foi tomando conta dos soldados que cantavam músicas de natal em ambos os lados. A partir daí pequenos grupos de soldados inimigos começaram a sair das trincheiras e passaram a realizar encontros na terra de ninguém. Estava criada uma trégua não-oficial, conhecida como trégua de natal.
Presentes foram trocados, como bebidas, alimentos e objetos pessoais, jogos de futebol foram organizados e até uma missa conjunta de sepultamento foi realizada. Isso ocorreu em diversos pontos do front de batalha nos dias 24 e 25 de dezembro.
Anos seguintes
No ano seguinte, em 1915, essa trégua foi repetida, mas em quantidade muito menor, visto que crescia o sentimento de revanchismo entre os lados, além das proibições determinadas pelos comandos militares. Não se registrou outras tréguas de natal nos anos de 1916 e 1917.
Ainda que não tenha sido realizada em todos os anos, esse evento da história demonstra que guerras não são feitas por soldados, mas por poucos que não pisam nos campos de batalha.
O senso colaborativo do ser humano lhe deu uma grande vantagem competitiva frente a todas espécies. Apesar disso, alguns poucos exemplares dessa mesma espécie insistem na ignorância erguendo muros e dividindo a humanidade, usando ideologias, crenças ou narrativas dualistas para alcançarem seus objetivos relacionados ao poder.
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