Veículos eletrificados e suas categorias
Já faz algum tempo que ouvimos que os carros elétricos (ou eletrificados) estão vindo para ficar. Apesar disso, será que essa transição está ocorrendo no Brasil? Estamos percebendo a evolução? Entenda nesse texto o que são veículos eletrificados e suas categorias.
Carro elétrico ou eletrificado?
Bom, talvez esteja aqui a primeira confusão. Um carro eletrificado não é necessariamente um carro elétrico. Por outro lado, um carro elétrico é sempre um veículo eletrificado.
Talvez seja por isso que não estejamos percebendo a evolução do segmento dos eletrificados no país. Afinal, não é em todo lugar que encontramos um posto de recarga de veículo elétrico, não é mesmo? Talvez a maioria nem saiba listar mais de 3 modelos de carros elétricos a venda no mercado nacional.
Pra entender melhor sobre o carro eletrificado, vamos conhecer os grandes grupos existentes. Os automóveis atuais, que não possuem tecnologia de propulsão elétrica, são conhecidos como veículos de combustão interna (ICE – Internal Combustion Engine). Os demais, que possuem alguma solução de propulsão elétrica, podem ser divididos em 4 grupos:
- 1. Micro híbrido e Mini híbrido (micro-HEV e mild-HEV)
- 2. Híbrido pleno (HEV)
- 3. Híbridos plug-in (PHEV)
- 4. Veículo Elétrico (EV)
1. Micro híbrido e Mini híbrido (micro-HEV e mild-HEV)
Na verdade, muitos nem consideram esses veículos como eletrificados. Isso porque, não possuem tecnologia disruptiva. Esses tipos de veículos geralmente possuem dispositivo start/stop e tecnologia de incremento de potência assistida elétrica, mas muito restrita. Não são capazes de gerar propulsão exclusivamente elétrica.
Em geral possuem apenas baterias um pouco mais avançadas e sistema de frenagem que permite a regeneração de carga. Seus ganhos de eficiência também são limitados, geralmente até 10% em áreas urbanas. Atualmente diversos veículos da frota nacional possuem esse tipo de tecnologia. A maioria dos estudos e estatísticas não consideram esses veículos como eletrificados, mas sim veículos à combustão (ICE).
2. Híbrido pleno (HEV)
Os híbridos plenos são a porta de entrada para o mundo dos automóveis eletrificados. Essa é a tecnologia da maioria dos veículos eletrificados vendidos no Brasil e no mundo. Isso se explica por alguns motivos:
- Não necessitam de infraestrutura com pontos de recarga nas cidades
- As baterias são de menor capacidade, portanto mais baratas
- Não custam muito mais que suas versões não híbridas
Sendo assim, os HEV (Hybrid Electric Vehicle) podem funcionar tanto à combustão interna (ICE), como por propulsão exclusivamente elétrica em curtas distâncias. Nesses casos, possuem baterias similares aos veículos exclusivamente elétricos, porém de capacidade de armazenamento muito inferior. A recarga dessas baterias ocorre por meio da energia gerada pelo motor à combustão e também por meio de um sistema de frenagem regenerativa.
Alguns exemplos que vemos rodando nas estradas brasileiras são o Toyota Prius, Toyota Corolla Hybrid e Ford Fusion Hybrid. Esses carros podem alcançar economia de até 50% em áreas urbanas.
3. Híbridos plug-in (PHEV)
Essa é a casta superior dos veículos híbridos. A grande diferença para os plenos descritos no tópico anterior é a possibilidade de carregamento da bateria por meio de uma tomada, por isso a denominação “plug-in”.
Apesar de ser muito parecido com os híbridos plenos, geralmente os PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) costumam ter maior autonomia quando acionado exclusivamente o motor elétrico. Essa autonomia é geralmente de pelo menos 40km.
Além disso, dependendo do modelo, o usuário pode escolher por rodar exclusivamente com o motor elétrico e, ainda, decidir se carrega a bateria enquanto estiver rodando com o motor à combustão. Considerando que o veículo pode rodar até 100% do tempo com o motor elétrico, a economia financeira pela troca da gasolina pela eletricidade pode chegar até 80%, assim como ocorre nos veículos totalmente elétricos.
Esses veículos tendem a dominar o mercado por vários anos durante a transição da tecnologia de combustão interna para elétrica. Isso porque podem funcionar tanto como um veículo à combustão como um veículo totalmente elétrico. Apesar disso, tendem a perder mercado quando a transição for finalizada, visto que seu custo (de aquisição e manutenção) tende a ser maior, pois necessita embarcar ambas tecnologias. Após esse período, devem remanescer no mercado apenas como solução para distâncias mais longas, caso até lá não seja criada tecnologia eficiente de recarga rápida.
Os veículos Híbridos plug-in ainda não são tão comuns nas cidades brasileiras. Como principais exemplos temos a linha Recharge da Volvo Cars com os modelos XC40, XC60, XC90, S60 e S90, que custam na faixa de R$ 250 mil a R$ 450 mil.
4. Veículos elétricos (EV)
Aqui chegamos ao final da linha. De tudo que ouvimos falar e idealizamos nas nossas mentes, essa é provavelmente a categoria que melhor traduz essa imagem. Apesar disso, é provável que será a última categoria implantada no Brasil.
Isso ocorre porque ainda existem muitas barreiras para a inserção dos veículos elétricos na frota nacional, tal como:
- Custo dos veículos
- Infraestrutura de recarga
- Necessidade de adequação e disponibilidade da rede de distribuição de energia elétrica
- Disponibilidade de matérias primas
- Questões ambientais relacionadas às baterias
Esses são os veículos eletrificados que operam exclusivamente por propulsão de motores elétricos. A recarga das baterias ocorre por meio de conexão à rede elétrica e por um sistema de recuperação de energia da frangem durante seu uso.
Após a fase de transição do automóvel de combustão interna para os eletrificados, os veículos elétricos tendem a dominar o mercado, especialmente nas áreas urbanas. Isso se explica pelo fato deles serem mais leves e terem tendência de ficarem mais baratos por não necessitarem manter 2 tecnologias ao mesmo tempo.
Assim como os PHEVs, os EVs (Electric Vehicle) não são comuns nas cidades brasileiras. Os modelos mais vendidos no mercado brasileiros são o Porsche Taycan 4S, BYD ET3, Chevrolet Bolt Premier, BMW i3 e Porsche Taycan Turbo S. Os 5 modelos citados variam entre R$ 200 mil a R$ 1 milhão.